exposição "TranspareSSer"
TRANSPARE SS ER: A violência dos véus As transparências enganam. As aparências também. Ao primeiro contato, pensei que as delicadas aquarelas de Juliana fossem a expressão de uma sensibilidade feminina, no sentido mais tradicional: flores, cores, amores de uma ingênua romântica. Engano absoluto. Aquarelas e poesias iam na embarcação da primeira viagem da artista em busca da transparência. Busca obstinada. Na partida, um mar de possibilidades avistadas. Em seguida, novos horizontes, a partir das janelas e avarandados. Mais adiante, organzas e tecidos, utensílios para desnudar peles e camadas. Até chegar ao vidro, o vidro dos frascos de perfumes, antecipando o prazer dos cheiros. O vidro transparente em toda sua ambivalência. Deixar visível o outro lado, apontar-nos uma direção, mas também confundir-nos, até aprisionar-nos, como na experiência do labirinto envidraçado. Não haveria em tal ambivalência uma metáfora? Ou um alerta de que a excessiva transparência pode ...